quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Estilo de Vida e Probabilidade de Desenvolver Diabetes Mellitus tipo 2 - um estudo cohort

Pesquisadores descobriram que até mesmo indivíduos que tinham história familiar para Diabetes Mellitus (DM) ou obesidade eram menos sujeitos a desenvolverem doenças crônicas se tivessem uma qualidade de vida saudável. Além disto, a cada melhora da qualidade de vida, diminuía ainda mais o risco.
Os dados vieram de mais de 200 mil americanos que preencheram questionários sobre estilo de vida, dieta e estado de saúde entre 1995 a 1996. A maioria tinha entre 50 a 60 anos de idade. Nenhum dos sujeitos participantes tinha diabetes no momento da pesquisa .
Dez anos depois os pesquisadores recontataram estes indivíduos para avaliar se desenvolveram diabetes. Ao todo, 1 entre 10 homens e 1 entre 13 mulheres desenvolveram esta doença. Após reavaliarem novamente o primeiro questionário, os pesquisadores subdividiram o questionário em cinco tópicos: IMC ( índice de massa corpórea), dieta, atividade física, tabagismo e ingesta de álcool.
As mulheres de peso normal que tinham hábitos alimentares saudáveis, realizavam atividade física, bebiam moderadamente e não fumavam, tinham 84% de probabilidade de  desenvolverem diabetes do que mulheres com sobrepeso e que não preenchiam os outros critérios de vida saudável (realizar atividade física, beber com moderação e não fumar). Quanto aos homens, o risco de desenvolver diabetes diminuía em 72% comparado com os de hábito não-saudáveis. Dentre os que bebiam muito, fumavam e eram sedentários, ainda assim o risco diminuía caso apresentassem uma alimentação saudável me relação aso que ingeriam alimentos ricos em gordura saturada e pobre em fibras.
No entanto, fator preditor mais importante de DM foi a obesidade mesmo entre aqueles que praticavam outros hábitos saudáveis.
"A mensagem é que todos estes hábitos saudáveis contam, mas o principal é não engordar " diz Dr Lawrence Phillips, endocrinologista da Universidade Emory de Atlanta. Ele também lembrou que i IMC considerado normal é abaixo de 25 ( calculo do IMC = peso/altura /altura). Este valor, no entanto, serve para caucasianos." Orientais e pessoas de outras etnias podem precisar ter um IMC mais baixo para evitar DM", ele sugere.
Uma limitação do estudo é que os participantes podem ter mudado seu estilo de vida aos longo dos anos após o primeiro questionário. O questionário também não consegue comprovar que cortar de finitivamente o cigarro ou gorduras saturadas, poderemos reduzir a probabilidade de desenvolver DM. Além disto é possível que pessoas que se exercitavam menos eram menos saudáveis por outros motivos não aferidos no questionário.
O trabalho sugere, novamente, que até para quem tem história familiar, se adotarem um estilo de vida saudável pode evitar o desenvolvimento de DM. O conjunto de ações melhorando a qualidade de vida reduz de forma importante o risco de DM, principalmente no grupo suceptivel a esta doença.
fonte :Annals of Internal Medicine, September 5, 2011
tradução e comentário: Dra Bibiana Colenci
        

Anvisa Cria Comitê para Avaliar Terapia Celulares


Uma área estratégica, que desperta cada vez mais interesse de universidades e instituições de pesquisa. Assim são as terapias celulares, cuja regulação no país, enfim, está próxima de sair. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) promoverá, no mês que vem, um seminário para discutir a criação de um órgão interinstitucional, o Comitê de Assessoramento Técnico em Terapias Celulares (CAT). Será ele o responsável por garantir a segurança, eficácia e desburocratização dos produtos que resultem do cultivo, seleção e manipulação de células.
Segundo a Anvisa, o desenvolvimento dos campos de biotecnologia, biologia celular e de terapias com tecidos humanos levou à formação de novos tratamentos, remédios e produtos médicos que contêm células humanas. A regulação do material produzido por estes setores tornou-se urgente. O seminário servirá para isso. E, também, para definir quais parâmetros éticos devem ser seguidos pelos pesquisadores - uma seara ainda polêmica, dada a falta de um grande acordo internacional sobre o tema.
O CAT também promete simplificar o trâmite dos pesquisadores. Hoje, os interessados em pesquisas com terapias celulares precisam explicá-las ao conselho federal de sua área e à Anvisa. Agora, eles decidirão em conjunto.
- Precisamos definir um marco regulatório, a partir do qual estará valendo a exploração de produtos derivados de células, inclusive de células-tronco, sejam adultas ou embrionárias - alerta Daniel Coradi, gerente de Tecidos, Células e Órgãos da Anvisa. - O CAT é o órgão que agregará a opinião da nossa agência, dos conselhos federais de Medicina e Odontologia, do Ministério da Saúde e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (Conep). As decisões sobre terapias que saírem dali serão dadas em consenso.
A Anvisa inspirou-se na União Europeia, onde um comitê semelhante foi montado há quatro anos.
As terapias celulares passam obrigatoriamente por serviços de produção dessas células. Se elas são levadas para laboratório e submetidas a processos como expansão, então, segundo Coradi, elas já devem ser vistas como um medicamento ou produto.
- A intenção é garantir a eficácia e segurança dos medicamentos - explica o futuro coordenador do CAT. - Estamos nos adiantando à demanda. Queremos dar uma solução para os interessados que submeterem os seus produtos para avaliação.
E algumas empresas já estão de olho na agenda do novo comitê. Laboratórios americanos e europeus querem exportar as terapias celulares lá desenvolvidas para o mercado brasileiro. Para isso, precisarão da bênção do CAT.
As áreas que, até agora, receberam mais novos produtos no exterior são reconstrução de pele, lesões medulares e tratamento de cardiopatias.
O Brasil não conta com terapias aprovadas com células-tronco. Aqui, há apenas pesquisas clínicas. Há testes em andamento para problemas como infarto, derrame, distrofia muscular e esquizofrenia, entre outros.
A maior parte do financiamento vem da carteira do governo federal. No entanto, cada vez mais entidades privadas têm procurado o Conep, interessadas em desenvolver pesquisas com seres humanos.
Ligado ao Ministério da Saúde, o Conep equilibra a balança do CAT. Enquanto a Anvisa cobra padrões técnicos e de segurança, este conselho tem como matéria-prima a ética dos experimentos.
- Teremos de estabelecer quais são as etapas necessárias para que as propostas de terapias celulares sejam seguras - revela Aníbal Gil Lopes, membro da comissão e professor-titular de Fisiologia da UFRJ. - O desafio é criar, no país, uma regulação para algo que não tem normas estabelecidas e aceitas internacionalmente.
Não é uma missão trivial. Diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e do Instituto Nacional de Células-Tronco em Doenças Genéticas (USP), Mayana Zatz acredita que o comitê deve lembrar "o risco corrido por uma pesquisa sem base fundamentada".
- A ética corre sempre a reboque das descobertas científicas, e o comércio vai na frente delas - lembra a cientista, autora do livro "GenÉtica", que será lançado na próxima semana. - Célula-tronco virou uma palavra mágica, como se fosse algo que cura qualquer coisa, e não é bem assim. O novo comitê deve entender bem sobre dois assuntos: a ética em relação aos tratamentos e o uso de testes genéticos. Nem todos devem ser oferecidos, por mais que haja dinheiro envolvido.
Coradi concorda e afirma que o combate ao uso indiscriminado de pesquisas, que expõe pacientes a profissionais sem ética, é uma das metas do CAT.
- Enquanto não tivermos um marco regulatório, esse risco ainda vai existir - admite.
Um dos laboratórios brasileiros licenciados pela Anvisa para cultivar e manipular células em laboratório é o dirigido por Radovan Borojevic, em Petrópolis.
- O custo social da medicina (ou seja, o que é pago pela sociedade para resolver o sistema de saúde) tem aumentado. Interessa ao poder público reduzí-lo - avalia. - E a terapia celular é um caminho para isso. O marco regulatório é o primeiro passo: ele aponta que instituições poderão participar desse processo.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/09/06/anvisa-cria-comite-para-avaliar-terapias-celulares-925302337.asp#ixzz1XGtoSEgx 
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Os efeitos nocivos do bisfenol A


O bisfenol A é um composto sintético utilizado em larga escala tanto na produção de plásticos, contendo policarbonato, como também na produção da resina epóxi, que faz parte do revestimento interno de latas que acondicionam bebidas e alimentos.
Os possíveis efeitos nocivos do bisfenol A a saúde humana tem sido motivo de grandes debates em todo mundo, uma vez que ele é considerado como sendo um desregulador endócrino: substância que pode interferir no funcionamento normal do sistema endócrino.
Até recentemente, a ação de desregulador endócrino no homem era extrapolada a partir dos resultados de estudos científicos observados em animais. Esta hipótese foi agora confirmada em humanos, em trabalho desenvolvido por cientistas do Reino Unido em conjunto com agências locais de proteção ambiental, em uma amostra representativa de população italiana. Os autores demonstraram que o BPA é um xenoestrógeno, isto é, atua no homem de forma similar ao hormônio estrógeno. Foi observado que, à medida que se identificava concentrações maiores de BPA na urina destes indivíduos, havia uma proporcionalidade no aumento da função do receptor de estrógenos, local onde se liga o hormônio para exercer seus efeitos nos tecidos.
A importância dos resultados desta pesquisa ratifica a necessidade da tomada de medidas de prevenção e de precaução quanto à exposição ao BPA. Acredita-se que esta exposição seja ubíqua e que ocorra principalmente através da contaminação de alimentos.
A contaminação humana já foi demonstrada em estudos com populações americana e européia, os quais identificaram partículas de BPA na urina em mais de 90% dos indivíduos avaliados.
Vale a pena ressaltar que alguns dos efeitos deletérios do bisfenol, como por exemplo, os de alterar a ação dos hormônios da tireóide, a liberação de insulina pelo pâncreas, bem como os de propiciar a proliferação das células de gordura, foram observados com doses nanomolares, ou seja, doses extremamente pequenas, as quais seriam inferiores à suposta dose segura de ingestão diária. (Fonte: Melzer et al, Environmental Health Perspectives, 2011).
obs: Ainda, há diversos estudos mostrando os efeitos dos xenoestrogenos provocando mau formação congênita e erros na diferenciação sexual de animais.

Por Tania Bachega – Coordenadora do GTDE (Grupo de Trabalho em Desreguladores Endócrinos) da SBEM-SP


obs por Dra Bibiana 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Suplementos que Pessoas com Diabetes Mellitus Precisam

Ingerir alimentos naturais é crucial para repor vitaminas e sais minerais. Infelizmente a maioria das pessoas não conseguem ingerir as quantidades ideais. Sendo assim, a suplementação muitas vezes faz-se- ia necessária.
Mas as pessoas com diabetes devem tomar suplemento alimentares?
Segundo o protocolo de tratamento do American Diabetes Association 2011 (associação americana de diabetes) nao há necessidade de suplementação. E ainda reitera que "suplementação de rotina de anti-oxidantes, como vitamina E e C e caroteno, não são recomendáveis pois faltam evidências cientificas de sua eficácia e segurança a longo prazo."
Em outra palavras, não existe evidências de que diabéticos se beneficiem com suplementos especiais.
Segue abaixo alguns suplementos, com seus prós e contras:

 Suplemento 
 Prós 
 Cuidado 
 Vitamina C
a hiperglicemia (açúcar elevado no sangue) pode inibir sua absorção e muitos diabéticos têm baixos níveis
doses acima de 1,000mg pode provocar diarreia ou pedras nos rins 
 Vitamina E
alguns estudos sugerem proteção do coração, rins e olhos. 
A dose recomendada é de
30 ui/d, porém a dose anti-oxidante começa com valores acima de 100ui/d.
doses acima de 400 UI/d pode provocar derrame.
 Cromo
 originalmente taxado como suplemento para perda de peso, pode auxiliar no controle glicêmico e de colesterol em diabéticos tipo2. 
doses acima de 200 ug podem prejudicar sua saúde .


No entanto, a vitamina B é geralmente reposta me diabéticos tipo2, pois o uso de metformina pode depletar os estoques da mesma.
Converse com seu endocrinologista antes de ingerir qualquer suplemento.
Doses elevadas podem ser prejudiciais ou podem interagir com suas medicações.
Só porque é natural, não quer dizer que é seguro .

Tradução e comentário : Dra Bibiana Colenci
fonte : DD