O bisfenol A é um composto sintético utilizado em larga escala tanto na produção de plásticos, contendo policarbonato, como também na produção da resina epóxi, que faz parte do revestimento interno de latas que acondicionam bebidas e alimentos.
Os possíveis efeitos nocivos do bisfenol A a saúde humana tem sido motivo de grandes debates em todo mundo, uma vez que ele é considerado como sendo um desregulador endócrino: substância que pode interferir no funcionamento normal do sistema endócrino.
Até recentemente, a ação de desregulador endócrino no homem era extrapolada a partir dos resultados de estudos científicos observados em animais. Esta hipótese foi agora confirmada em humanos, em trabalho desenvolvido por cientistas do Reino Unido em conjunto com agências locais de proteção ambiental, em uma amostra representativa de população italiana. Os autores demonstraram que o BPA é um xenoestrógeno, isto é, atua no homem de forma similar ao hormônio estrógeno. Foi observado que, à medida que se identificava concentrações maiores de BPA na urina destes indivíduos, havia uma proporcionalidade no aumento da função do receptor de estrógenos, local onde se liga o hormônio para exercer seus efeitos nos tecidos.
A importância dos resultados desta pesquisa ratifica a necessidade da tomada de medidas de prevenção e de precaução quanto à exposição ao BPA. Acredita-se que esta exposição seja ubíqua e que ocorra principalmente através da contaminação de alimentos.
A contaminação humana já foi demonstrada em estudos com populações americana e européia, os quais identificaram partículas de BPA na urina em mais de 90% dos indivíduos avaliados.
Vale a pena ressaltar que alguns dos efeitos deletérios do bisfenol, como por exemplo, os de alterar a ação dos hormônios da tireóide, a liberação de insulina pelo pâncreas, bem como os de propiciar a proliferação das células de gordura, foram observados com doses nanomolares, ou seja, doses extremamente pequenas, as quais seriam inferiores à suposta dose segura de ingestão diária. (Fonte: Melzer et al, Environmental Health Perspectives, 2011).
obs: Ainda, há diversos estudos mostrando os efeitos dos xenoestrogenos provocando mau formação congênita e erros na diferenciação sexual de animais.
Por Tania Bachega – Coordenadora do GTDE (Grupo de Trabalho em Desreguladores Endócrinos) da SBEM-SP
obs por Dra Bibiana
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua mensagem.